Publicado em 19/07/2017
As informações escritas do candidato devem ser sucintas e adaptadas para o perfil de cada empresa
Antes mesmo de se dar bem em uma entrevista de emprego, quem está procurando uma chance no mercado de trabalho precisa entender: o primeiro passo é fazer um currículo bem feito, claro e objetivo.
Para especialistas ouvidos por A Tribuna, o exercício de fazer um resumo de qualificações profissionais e escolares já é uma forma de planejamento de carreira do cidadão.
Hoje em dia, o currículo não é mais aquele papel que o empregador bate os olhos. Além da formação, é preciso encontrar alguma outra informação que interessa à empresa. Isso está fora da qualificação apenas técnica, explica o professor Ronaldo Ruffo, coordenador do curso de Gestão de Recursos Humanos do Unimonte.
Ele precisa ser atrativo, resumido e colocar todas as competências do candidato: o que ele fez, estudou, aprendeu, sempre de forma resumida. O ideal é que ele não passe de uma página, explica Tânia Estevaletto Macedo, mestre em Gestão de Negócios e professora da Universidade Católica de Santos (UniSantos).
Maria Cristina Pereira Matos, coordenadora do Núcleo de Carreiras da Universidade Santa Cecília (Unisanta) acredita que a empregabilidade começa pela elaboração de um bom currículo. É nesse momento que os candidatos à procura de vagas ofertadas pelo mercado de trabalho fazem um tipo de check list de suas competências profissionais.
Para ela, funciona como uma ponte, podendo facilitar o acesso a uma entrevista pessoal. Ele deve ser bem elaborado e até mesmo personalizado, ou seja, para cada tipo de empresa pede-se um tipo diferente de currículo. Não podemos mais elaborar um e enviá-lo para mil empresas diferentes, defende.
Sequência - Para os especialistas ouvidos, as informações no currículo devem obedecer a uma sequência lógica, começando pelo nome do candidato, dados pessoais (endereço e telefones para contato), resumo das qualificações, experiência profissional, principais resultados obtidos, formação acadêmica (escolar) até os cursos de aperfeiçoamento, como idiomas e a participação social.
A coordenadora do Núcleo de Carreiras da Unisanta acredita que não existe um currículo ideal, mas, sim, aquele atrativo ao olhar empresarial. Assim, o documento deve apresentar informações relevantes e essenciais de acordo com o perfil de cada empresa, levando-se em conta, principalmente, a estrutura, cultura e modelo de gestão da mesma.
Ética - Dentro de uma perspectiva em que as empresas têm dado mais relevância a valores como a honestidade, os especialistas em recursos humanos explicam que é fundamental que o candidato coloque somente informações que sejam possíveis de verificação.
Por exemplo, se digo que sei trabalhar no ambiente Windows, essa informação pode ser observada no decorrer de uma dinâmica de grupo, ou mesmo em uma prova prática, durante o processo de seleção, diz Maria Cristina.
Se dominamos profissionalmente algumas atividades, independentemente de se possuir certificados de cursos ou não, é possível turbinar o currículo com essas informações, indica.
Cadastro eletrônico - Além do currículo, quem procura emprego também deve estar atento a todas as maneiras de comunicação com a empresa onde ele pretende conseguir uma oportunidade.
Muitas empresas, hoje, possuem cadastro eletrônico, em que o candidato preenche o currículo. Ele preenche suas informações e entra para o banco de dados da organização, explica Wagner José Tedesco, psicólogo, especialista em Psicologia Organizacional e residente do Grupo NPO.
Por isso mesmo, quem está em busca de uma oportunidade deve procurar os espaços do tipo Trabalhe Conosco ou Vagas de Emprego, nos sites das organizações que lhe interessam. Também depende do aluno esse comportamento para encontrar as suas oportunidades, explica Tedesco.
Para além disso, Tânia Estevaletto Macedo aconselha que os candidatos cultivem uma boa rede de relacionamentos. Há empresas pequenas que dão valor para pessoas que são indicadas. Isso é networking, é muito interessante, fala.
Humildade - Outro ponto importante é cultivar a humildade. Sempre conto para os meus alunos a história de uma ex-aluna que subiu a Serra para procurar emprego na Capital. Quando ela voltava, sentou ao lado de uma senhora no ônibus e foi gentil para ela, ajudando a abrir a janela. Perto do fim da viagem, a senhora perguntou o que ela tinha ido fazer em São Paulo. Quando contou que foi procurar emprego, a senhora pediu um currículo para ela. Aquela senhora era diretora de uma grande empresa e a contratou. (Fonte: A Tribuna)