Publicado em 06/11/2019
O mês reforça a importância do cuidado dos homens com a própria saúde
Em nome da saúde masculina, novembro é conhecido como o mês azul. A campanha é celebrada nacionalmente e o intuito é um só: chamar a atenção dos homens, principalmente, para a prevenção ao câncer de próstata. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que um em cada seis homens desenvolverá este tipo de câncer durante a vida.
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o mais incidente entre os homens no Brasil. Somente para este ano, são estimados 68,2 mil novos casos de câncer de próstata, de acordo com o Inca. A cada dia, 42 homens morrem em decorrência deste tipo de câncer, segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Datasus (2017).
O risco aumenta significativamente após os 50 anos, correspondendo a 40% dos tumores nessa faixa etária, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Apesar de ser um dos tipos de cânceres mais comuns entre a população masculina, o câncer de próstata é considerado altamente tratável se detectado de forma precoce. O diagnóstico prematuro permite que até 90% dos pacientes sejam tratados e curados da doença. Por isso é importante atentar-se às dicas a seguir.
O que é o câncer de próstata? - A próstata é uma pequena glândula nos homens que fica localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra – canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. O câncer de próstata se desenvolve quando ocorre crescimento e reprodução anormais de células desta glândula. O tumor cresce de forma lenta e, nas fases avançadas, pode trazer sintomas como a presença de sangue na urina ou no sêmen.
Consultas em dia - Uma pesquisa recente realizada pela revista Saúde e o Instituto Lado a Lado pela Vida, mostrou que 59% dos homens entrevistados não costumam ir ao urologista. Para manter o monitoramento correto, é indicado manter idas periódicas ao urologista. "São raros os casos que o paciente apresenta sintomas iniciais quando é acometido pela doença, por isso é preciso manter o acompanhamento periódico", diz o urologista Rafael Buta, reforçando a importância do diagnóstico precoce.
Saiba seu risco - O indicado pela SBU é que todos os homens a partir dos 50 anos procurem um urologista para definir a rotina de avaliação. Além do fator de idade, pesquisas mostram ainda que os homens negros são 60% mais propensos a terem câncer de próstata. Sobrepeso e obesidade também são fatores de risco. Entretanto, o histórico familiar e alterações genéticas desempenham um papel importante na probabilidade de um homem desenvolver a doença. Caso o paciente tenha algum dos indicativos de risco, o ideal é procurar o médico a partir dos 45 anos.
O diagnóstico - O câncer de próstata pode ser identificado a partir de um exame de sangue para dosar o PSA (Antígeno Prostático Específico) – uma proteína que a próstata produz e que é liberada de forma contínua em pequenas quantidades no sangue. "Se constatadas elevações na dosagem do PSA, é provável que exista alguma alteração na próstata e será preciso uma investigação mais apurada", explica Rafael Buta. Além de dosar o PSA, é imprescindível também o exame físico da próstata. Identificadas alterações, o procedimento é fazer uma ressonância e também uma biópsia da próstata – na qual são retirados pequenos fragmentos que serão analisados pela patologia. Depois deste passo será possível saber o que está causando a alteração na glândula.
Xô preconceito! - Apesar do grande esforço mundial em prol da conscientização sobre a importância de o homem cuidar da própria saúde, fazer o exame de próstata, principalmente o de toque, ainda é um tabu que os afasta dos consultórios, como explica o urologista Tiago Serra. "Além da vergonha de ir ao médico, quando chegam à consulta dizem ter medo do procedimento. A verdade é que ele necessário, é simples e rápido. Ao fim, sempre se surpreendem e perguntam era só isso, doutor?", conta.
Novidades no tratamento - Quando diagnosticado, antes de definir o tratamento indicado para o câncer de próstata é preciso identificar o tipo de tumor e em que grau ele está. "O estágio da doença será definido pela biópsia. Em seguida, o tratamento é definido. A cirurgia, por exemplo, teve uma evolução muito grande e pode ser feita roboticamente, aumentando as chances de recuperação funcional, como aquele medo que o paciente tinha de impotência ou incontinência", explica o médico uro-oncologista, Carlos Watanabe.
Fonte: Jornal de Brasília