Publicado em 18/09/2017
O setor de serviços no Brasil frustrou as expectativas e interrompeu série de três de altas em julho.
Segundo os dados divulgados na última quarta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o volume de serviços registrou queda de 0,8% em julho na comparação com junho, contra expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,3%.
Esse foi o pior resultado para o mês de julho desde que a série foi iniciada em 2012. A última vez em que o setor registrou perdas foi em março, de 2,3%.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o setor apresentou queda de 3,2% no volume, pior do que a projeção de queda de 1,3% na pesquisa.
O movimento apresentado em julho destaca que o setor de serviços ainda encontra dificuldades para apresentar uma recuperação sustentada, de acordo com o coordenador do IBGE, Roberto Saldanha, ressaltando que a recuperação da economia no Brasil deve ser gradual.
"O setor de serviços vem num movimento lento e gradual de crescimento, num patamar parecido com o da economia em geral. Não vemos essa queda [em julho] como uma reversão de tendência, é um movimento pontual de queda", disse Saldanha.
O IBGE informou que entre as principais categorias analisadas, a de serviços prestados às famílias foi a única a crescer, com alta de 0,9%.
Todos os demais segmentos apresentaram perdas no volume, com destaque para as quedas de 2,8% em outros serviços e de 2% em serviços profissionais, administrativos e complementares.
Já o segmento de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio registrou queda de 0,9% no volume em julho sobre junho.
Os serviços foram um dos destaques positivos no crescimento acima do esperado que o PIB (Produto Interno Bruto) apresentou no segundo trimestre, de 0,2% sobre os três primeiros meses do ano.
O setor apresentou expansão de 0,6% entre abril e junho sobre os três meses anteriores, num ambiente de inflação e juros em queda e sinais de estabilização do mercado de trabalho.
"Para que o setor de serviços reaja de maneira mais forte será preciso uma recuperação mais vigorosa da indústria, que vem numa sequência de alta, mas ainda suave", completou Saldanha.
A confiança no setor também avança, tendo a segunda alta consecutiva em agosto com melhora das expectativas e redução das incertezas políticas, embora a cautela ainda prevaleça em relação ao investimento.
(Fonte: Site da UGT)